quinta-feira, 23 de junho de 2011

Voce conhece EMDR? – Eye Movement Desensitization and Reprocessing

(Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares)


O EMDR é um método revolucionário criado pela Dra. Francine Shapiro, psicóloga americana - PhD, especialmente empregado no tratamento de transtorno de estresse traumático e pós-traumático, quadros de ansiedade, depressão, fobias, síndrome do pânico, instalação de recursos positivos e outros.


É utilizado para transformação de lembranças traumáticas. Essa modalidade já é bastante reconhecida em vários países da Europa e América do Norte, principalmente nos Estados Unidos. Aqui no Brasil ainda é pouco explorada.


Para se certificar pelo EMDR Institute, é necessário ser psicólogo ou psiquiatra e ter realizado a formação completa. Dentre as fases de formação é necessário passar por vários treinamentos e atendimentos supervisionados.


Estou convocando pessoas que tenham interesse em conhecer essa nova modalidade de psicoterapia breve ao atendimento social que será realizado entre as datas de 27/06 a 30/07 na Barra da Tijuca. Vale frisar que este atendimento visa fornecer tratamento psicológico a preços acessíveis, compatíveis com a realidade financeira do paciente. Os interessados devem entrar em contato comigo pelo telefone: 8627-9183 e agendar um horário.


Maiores informações sobre o EMDR consulte: http://pt.wikipedia.org/wiki/EMDR


http://www.plazacounselingservices.com/emdrnobrasil.html


http://www.youtube.com/watch?v=ENCkmX2m_LQ&feature=related

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Estresse e Qualidade de Vida


Estresse: definição e influência na Qualidade de Vida



França & Rodrigues (1997), descrevem que o termo estresse vem da física e neste campo de conhecimento tem o sentido de grau de deformidade que uma estrutura sofre quando é submetida a um esforço.
Segundo a ISMA (International Stress Management Association) do Brasil o conceito de estresse não é novo, porém somente no início do século XX que os estudiosos iniciaram a investigação de seus efeitos na saúde física e mental dos indivíduos.
A primeira definição de estresse sob este aspecto conceitua-o como qualquer adaptação requerida à pessoa. Esta definição o apresenta como um agente neutro, podendo tornar-se positivo ou negativo de acordo com a percepção e a interpretação de cada indivíduo.
O estresse é constituído por um conjunto de repostas específicas ou não do organismo, diante de estímulos que podem ser externos ou internos, fruto da imaginação ou reais, que são percebidos como pressões e que exigem a ativação de mecanismos adaptativos com capacidade de nos ajustar a essas pressões, propiciando meios adequados de reação e preservando nossa integridade, equilíbrio e nossa vida.
De acordo com Pitliuk (2008), o estresse é provavelmente o quadro clínico mais freqüente existente na atualidade. Onde situações como trânsito, problemas financeiros, profissionais, familiares, doenças, alterações de metabolismo, uso de alguns medicamentos, de álcool, drogas, entre outras, vão fazendo com que nosso corpo produza quantidades anormais de hormônios, como a adrenalina, que age no organismo fazendo com que o sangue irrigue mais o coração, o cérebro, os pulmões e os músculos, isso para que o indivíduo fique alerta, forte e com todos os sentidos aguçados, para enfrentar ou fugir do perigo.
A produção de adrenalina durante certo tempo é benéfica para o ser humano, pois faz com que nosso organismo esteja apto a se defender de agressões, o problema é que as condições de vida atuais fazem com que esse tempo seja muito longo. Cada pessoa é capaz de administrar certo número de fatores de sobrecarga, porém além de certo limite o organismo entra em estresse.
Outra definição é dada por Wiesel (2008), que descreve o estresse como “um conjunto de desequilíbrios” que decorre de cobranças internas e/ou externas onde, sob o aspecto bioquímico, provoca o excesso de radicais livres, aumentando o lixo químico produzido em nosso organismo, sob o aspecto emocional, provoca sentimentos que geram raiva, medo, frustração e tristeza e sob o aspecto comportamental, provoca atitudes que levam a irritabilidade, ansiedade, à depressão, à apatia e ao isolamento social.
Para França & Rodrigues (1997), “o estresse constitui-se de uma relação particular entre a pessoa, seu ambiente e as circunstâncias as quais está submetida” e é avaliada como uma ameaça ou algo que exige dela mais que as próprias habilidades ou recursos e que põe em risco seu bem estar.
O estresse por si só não é suficiente para desencadear uma enfermidade orgânica ou para provocar uma disfunção significativa na vida da pessoa e para que isso ocorra é necessário que outras condições sejam satisfeitas, tais como a vulnerabilidade orgânica ou uma forma inadequada de avaliar e enfrentar a situação estressante.
Ainda segundo os autores supracitados, o estresse ocupacional que é decorrente das tensões associadas ao trabalho e à vida profissional, é considerado como aquelas situações em que o individuo percebe seu ambiente de trabalho como ameaçador, quando suas necessidades de realização pessoal e profissional e/ou sua saúde física ou mental prejudicam a interação deste com o trabalho e quando este ambiente tem demandas excessivas a ele, ou que ele não contenha recursos adequados para enfrentar tais situações.
Marchi & Silva, afirmam que: “O estresse é um estado intermediário entre saúde e doença, um estado durante o qual o corpo luta contra o agente causador da doença”.
Essa reação tem três estágios:
• Fase de alarme – é uma fase muito rápida de orientação e identificação do perigo, preparando o corpo para a reação propriamente dita, ou seja, a fase da resistência;
• Fase da resistência – é uma fase que pode durar anos, é a maneira pela qual o corpo se adapta à nova situação, é parte do estresse total do indivíduo e se processa de dois modos básicos: sintóxico (tolerância e aceitação) e catatóxica (contra, não aceitação).
• Fase de exaustão – consiste em uma extinção da resistência, seja pelo desaparecimento do estressor, seja pelo cansaço dos mecanismos de resistência. Então, é neste caso que o resultado será o da doença ou mesmo um colapso.

 Sinais de estresse



Para França & Rodrigues, alguns sinais podem alertar para a existência de um possível quadro de estresse:
• Diminuição do rendimento, erros, distrações e faltas na escola ou no trabalho;
• Insatisfação com tudo;
• Indecisão, julgamentos errados, atrasados, precipitados;
• Descontrole na organização de tarefas (adiamento, atrasos, perda de prazos);
• Insônia, sono agitado, pesadelos;
• Irritabilidade, explosividade;
• A concentração e a memória diminuem;
• Reclamações mais freqüentes do que o habitual;
• Uso de férias, feriados e finais de semana para colocar o serviço em dia, ao invés de relaxar e se divertir;
• Ocupar cada vez mais tempo com trabalho e menos com lazer. Parece que o dia normal de trabalho não é mais suficiente para o que tem que ser feito;
• Diminuição do entusiasmo e prazer pelas coisas;
• Sensação de monotonia.

Conseqüências dos sintomas de estresse:



O estresse é o mecanismo que põe em alerta as funções corporais e prepara a pessoa para a ação. Em pequenas doses melhora o desempenho e aumenta a produtividade. Quando o estresse persiste e se torna crônico pode ter efeitos devastadores para saúde e o bem estar, como se pode observar na lista abaixo:
• Cansaço;
• Ganho ou perda de peso;
• Infecções, gripes e outras viroses, por exemplo, herpes;
• A pressão arterial e o colesterol sobem, enrijecendo as artérias e favorecendo o aparecimento de arteriosclerose, derrames, infartos, etc;
• Dores de cabeça, dores musculares, dores de coluna, fibromialgia;
• Bruxismo (ranger dos dentes durante o sono);
• Restlesslegs (pernas intranqüilas, principalmente na cama, durante a noite);
• Má digestão, gastrites, úlceras;
• Prisão de ventre e diarréia, flatulência (gases);
• Acne, pele envelhecida, rugas, olheiras, seborréia, queda de cabelos, enfraquecimento das unhas;
• Diabetes;
• Diminuição da libido, impotência sexual;
• Tentativa de relaxar com álcool, nicotina, drogas e excesso de comida, causando outras complicações ao organismo;
• Doenças psicossomáticas;
• Ataques de ansiedade;
• Transtorno de ansiedade generalizada (TAG);
• Ataques de pânico que podem ou não evoluir para uma Síndrome do pânico;
• Depressão.


Estresse entre os trabalhadores



Dejours (1994), afirma que “a relação do homem com a organização do trabalho é a origem da carga psíquica do trabalho”. Quando o rearranjo da organização do trabalho não é mais possível, quando a relação do trabalhador com a organização é bloqueada, o sofrimento começa. Para o autor, um dos mais conceituados pelas suas pesquisas em psicopatologia do trabalho, os trabalhadores para se adaptarem criam mecanismos de defesa que muitas vezes resultam em processos psicossomáticos, doenças ocupacionais, que entre as mais comuns e citadas nos estudos são as geradas pelo estresse crônico e a depressão.
Zakabi (2004), destaca as profissões campeãs do estresse:
• 1º lugar: Policiais e seguranças privados ficam em estado de alerta 24 horas por dia. A maioria teme represálias dos bandidos e não consegue relaxar nas folgas e férias;
• 2º lugar: Controladores de vôo e motoristas de ônibus. O controle de tráfego aéreo não permite um minuto de desatenção e os motoristas além de enfrentar o trânsito, não tem tempo sequer para ir ao banheiro.
• 3º lugar: Executivos, trabalhadores da área de saúde, de atendimento ao público e bancários. Sofrem pressões de todos os lados, tanto dos chefes como dos clientes, pacientes ou subordinados.
A ISMA-BR (2008), destacou o que deixa os brasileiros estressados:
• Violência
• Medo do desconhecido
• Situação econômica
• Falta de tempo
• Relacionamentos interpessoais
• Longa jornada de trabalho.
Tendo em vista a prevenção do estresse, conclui-se que as empresas deveriam oferecer mais programas especializados, disponibilizando profissionais que pudessem ajudar os colaboradores a cultivar os quatro pilares para sustentarem o equilíbrio, que seriam a auto-estima, a autoconfiança, a flexibilidade e a tolerância, citando ainda que o melhor tratamento para combater o estresse é aquele que abrange as três áreas do distúrbio: a bioquímica, a emocional e a comportamental.
Diante do exposto acima, o que as empresas e/ ou organizações podem fazer para gerenciar o estresse dos funcionários no ambiente organizacional?


domingo, 22 de agosto de 2010

Qualidade de Vida no Trabalho

Hoje trago alguns conceitos importantes sobre Qualidade de Vida no Trabalho, trazidos do meu trabalho de monografia em Gestão de Pessoas,cujo foco específico foi a Saúde do Trabalhador.
Foi realizado um estudo de caso em uma maiores empresas seguradoras do pais. Esse trabalho faz parte de um projeto de parceria com empresas de RH para fomentar profissionias que queiram integrar uma equipe multidisciplinar formada por médicos, fisioterapeutas, profissionais da educação fisica e psicólogos.
O escopo do projeto esta sendo construído em conjunto com a minha formação em psicologia do esporte por acreditar que são áreas que se complementam na integração de propostas em Qualidade de Vida no Trabalho.

A relevância do tema Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) tem se mostrado cada dia mais evidente nas organizações, garantindo destaque na área de recursos humanos e se consolidando como uma das missões que a gestão estratégica de pessoas se ocupa. A necessidade de buscar diferenciais competitivos para fazer frente às novas demandas de competitividade que imperam no mundo globalizado torna a gestão do capital humano um valor estratégico imprescindível para a sustentabilidade das organizações contemporâneas.
Identificando o tema Qualidade de Vida no Trabalho como fator de forte influência na nova relação do trabalho, França (2007), destaca a utilização de conceitos pouco precisos e a complexidade de interfaces das áreas de saúde, benefícios, gestão de pessoas, engenharia de produção, ergonomia, sistemas de gestão e de qualidade, pesquisa, inovação tecnológica, balanço social, marketing e atividades de responsabilidade social.
Esses fatores acabam tornando as ações e programas uma vasta sobreposição de áreas, o que dificulta a localização precisa do locus de decisão sobre ações e programas em qualidade de vida nas organizações. Conseqüentemente a gestão da qualidade de vida no trabalho demanda uma nova competência gerencial.
O tema Qualidade de Vida vem sendo ajustado tanto em sua conceituação como na forma de análise e modelos de gestão no ambiente do trabalho. Várias abordagens se ocupam em conceituá-la, tendo em vista que exige um constructo multidisciplinar e cada qual com relevância em determinada dimensão. Nesse contexto a abordagem que se apresenta como a mais abrangente e que mais se aproxima do fator indivíduo na organização, parece apontar para a dimensão biopsicossocial . Esse termo advém da medicina psicossomática e contempla as várias dimensões: biológica, psicológica e social, e se apresentam de forma interdependente.
A partir da constatação da dificuldade de uma definição precisa para conceituar Qualidade de Vida no Trabalho foi utilizado o conceito da escola biopsicossocial, acrescido da dimensão organizacional proposto por França (1996), conforme descrito no modelo BPSO-96.
Diferenças conceituais de Qualidade de Vida e Qualidade de Vida no trabalho:
A definição do termo qualidade de vida não se fecha, tendo em vista se tratar de uma integração de conceitos objetivos e subjetivos. Há de se considerar, também, que a determinação do nível de qualidade na vida de um individuo depende de fatores de caráter pessoal.
Foi possível constatar tendência em considerar a condição de vida e de saúde, satisfação de vida, bem estar, felicidade, entre outros.
Já qualidade de vida no trabalho envolve uma avaliação mais global e sob este prisma surge uma definição mais completa, a partir do conceito da escola Biopsicossocial, que define a pessoa como um complexo interdependente de potencialidades biológicas, psicológicas e sociais que respondem simultaneamente às condições de vida.
No modelo BPSO-96, criado por França (1996), se observa uma conceituação abrangente e comprometida das condições de vida no trabalho, incluindo aspectos de bem estar, garantia de saúde e segurança física, mental, social, capacitação para realizar tarefas com segurança e bom uso de energia pessoal. Porém, sua inclusão e efetivação nas organizações não depende somente de uma parte, depende simultaneamente do indivíduo e da organização, e este tem sido um desafio a ser alcançado.
Em uma análise sobre a ótica da QVT como estratégia de gestão em recursos humanos, pode-se considerar que, a gestão do capital humano, como um valor estratégico imprescindível para a sustentabilidade das organizações contemporâneas, deve contemplar o aspecto da QVT como um diferencial competitivo a ser atingido. E neste campo de estudo, procura-se identificar como os investimentos nesta área podem resultar em benefícios, tanto para a organização como para o colaborador.
Por ser um tema de grande transposição de áreas e células organizacionais, inevitavelmente há uma série de limitadores que dificultam a formulação de modelos de gestão integrados em QVT, resultando com isso, na redução da eficácia das ações e programas. Acrescenta-se a este cenário a dificuldade em se mensurar resultados, fazendo com que os programas se tornem meras ações isoladas, ou mesmo superficiais, não contemplando todos os aspectos interligados que devem estar presentes no escopo de uma gestão integrada de QVT.
Quanto ao problema proposto como diretriz da pesquisa, foi possível constatar que a qualidade de vida está diretamente correlacionada com a satisfação e o desempenho das empresas.
Avaliando a revisão de literatura, a partir da escola biopsicossocial, já é possível concluir que dentre os fatores críticos que determinam uma boa qualidade de vida para o trabalhador estão todas as potencialidades biológicas, psicológicas e sociais que se manifestam de acordo com as condições de vida (no trabalho) e que vão determinar um grau subjetivo de satisfação. Portanto, essas condições como um fator externo preponderante, quanto melhores e mais estimulantes, maior o grau de satisfação. Considerando que a QVT é mais abrangente que o grau de satisfação, é fundamental salientar que um bom nível da satisfação no trabalho é um dos indicadores de uma boa qualidade de vida no trabalho.
Quanto ao modelo BPSO-96, é dedutível que possibilitou uma análise mais detalhada de ações e programas de QVT implementados nas empresas.
A proposta deste modelo é integrar todas as variáveis interdependentes que podem ser conceituadas como todo o potencial de elementos ou valores característicos do conceito QVT, e que tem por base a expectativa de produzir algum impacto significativo. Na visão biopsicossocial, adaptada da medicina psicossomática e acrescida da dimensão organizacional, criam-se potencialidades de pesquisar propostas de QVT sob uma dimensão muito mais ampla, não limitando o conceito de qualidade de vida no trabalho a ações isoladas em saúde e segurança no trabalho. Com isso espera-se obter um avanço para o desenvolvimento de um novo modelo de gestão em QVT.
Como avaliação inicial do estudo de caso, é importante destacar que as necessidades da implementação de programas em QVT surgem tanto por parte da empresa, em uma visão mais estratégica, como por parte dos funcionários, como defendida por França, (1996, p.145):
os indicadores de qualidade de vida no trabalho, não devem ser impostos pela organização, mas devem surgir das necessidades dos trabalhadores, sendo, portanto um consenso das individualidades e podem ser diferentes de empresa para empresa, dependendo das necessidades de seus funcionários naquele momento.
Tendo como critério os indicadores empresariais, os fatores que normalmente norteiam os investimentos em programas de QVT surgem à partir da constatação das seguintes necessidades: aumento da produtividade; garantia de competitividade; modernização da gestão de pessoas; melhoria da imagem institucional em face da exigência da responsabilidade social, cobrada dos clientes e da comunidade.
A de se pensar em uma mudança de paradigma quanto à real necessidade dos trabalhadores e considerar o apelo à saúde física, mental e social como diretriz para os investimentos, criando um elo de satisfação tanto dos trabalhadores quanto para resultados das empresas.