domingo, 22 de agosto de 2010

Qualidade de Vida no Trabalho

Hoje trago alguns conceitos importantes sobre Qualidade de Vida no Trabalho, trazidos do meu trabalho de monografia em Gestão de Pessoas,cujo foco específico foi a Saúde do Trabalhador.
Foi realizado um estudo de caso em uma maiores empresas seguradoras do pais. Esse trabalho faz parte de um projeto de parceria com empresas de RH para fomentar profissionias que queiram integrar uma equipe multidisciplinar formada por médicos, fisioterapeutas, profissionais da educação fisica e psicólogos.
O escopo do projeto esta sendo construído em conjunto com a minha formação em psicologia do esporte por acreditar que são áreas que se complementam na integração de propostas em Qualidade de Vida no Trabalho.

A relevância do tema Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) tem se mostrado cada dia mais evidente nas organizações, garantindo destaque na área de recursos humanos e se consolidando como uma das missões que a gestão estratégica de pessoas se ocupa. A necessidade de buscar diferenciais competitivos para fazer frente às novas demandas de competitividade que imperam no mundo globalizado torna a gestão do capital humano um valor estratégico imprescindível para a sustentabilidade das organizações contemporâneas.
Identificando o tema Qualidade de Vida no Trabalho como fator de forte influência na nova relação do trabalho, França (2007), destaca a utilização de conceitos pouco precisos e a complexidade de interfaces das áreas de saúde, benefícios, gestão de pessoas, engenharia de produção, ergonomia, sistemas de gestão e de qualidade, pesquisa, inovação tecnológica, balanço social, marketing e atividades de responsabilidade social.
Esses fatores acabam tornando as ações e programas uma vasta sobreposição de áreas, o que dificulta a localização precisa do locus de decisão sobre ações e programas em qualidade de vida nas organizações. Conseqüentemente a gestão da qualidade de vida no trabalho demanda uma nova competência gerencial.
O tema Qualidade de Vida vem sendo ajustado tanto em sua conceituação como na forma de análise e modelos de gestão no ambiente do trabalho. Várias abordagens se ocupam em conceituá-la, tendo em vista que exige um constructo multidisciplinar e cada qual com relevância em determinada dimensão. Nesse contexto a abordagem que se apresenta como a mais abrangente e que mais se aproxima do fator indivíduo na organização, parece apontar para a dimensão biopsicossocial . Esse termo advém da medicina psicossomática e contempla as várias dimensões: biológica, psicológica e social, e se apresentam de forma interdependente.
A partir da constatação da dificuldade de uma definição precisa para conceituar Qualidade de Vida no Trabalho foi utilizado o conceito da escola biopsicossocial, acrescido da dimensão organizacional proposto por França (1996), conforme descrito no modelo BPSO-96.
Diferenças conceituais de Qualidade de Vida e Qualidade de Vida no trabalho:
A definição do termo qualidade de vida não se fecha, tendo em vista se tratar de uma integração de conceitos objetivos e subjetivos. Há de se considerar, também, que a determinação do nível de qualidade na vida de um individuo depende de fatores de caráter pessoal.
Foi possível constatar tendência em considerar a condição de vida e de saúde, satisfação de vida, bem estar, felicidade, entre outros.
Já qualidade de vida no trabalho envolve uma avaliação mais global e sob este prisma surge uma definição mais completa, a partir do conceito da escola Biopsicossocial, que define a pessoa como um complexo interdependente de potencialidades biológicas, psicológicas e sociais que respondem simultaneamente às condições de vida.
No modelo BPSO-96, criado por França (1996), se observa uma conceituação abrangente e comprometida das condições de vida no trabalho, incluindo aspectos de bem estar, garantia de saúde e segurança física, mental, social, capacitação para realizar tarefas com segurança e bom uso de energia pessoal. Porém, sua inclusão e efetivação nas organizações não depende somente de uma parte, depende simultaneamente do indivíduo e da organização, e este tem sido um desafio a ser alcançado.
Em uma análise sobre a ótica da QVT como estratégia de gestão em recursos humanos, pode-se considerar que, a gestão do capital humano, como um valor estratégico imprescindível para a sustentabilidade das organizações contemporâneas, deve contemplar o aspecto da QVT como um diferencial competitivo a ser atingido. E neste campo de estudo, procura-se identificar como os investimentos nesta área podem resultar em benefícios, tanto para a organização como para o colaborador.
Por ser um tema de grande transposição de áreas e células organizacionais, inevitavelmente há uma série de limitadores que dificultam a formulação de modelos de gestão integrados em QVT, resultando com isso, na redução da eficácia das ações e programas. Acrescenta-se a este cenário a dificuldade em se mensurar resultados, fazendo com que os programas se tornem meras ações isoladas, ou mesmo superficiais, não contemplando todos os aspectos interligados que devem estar presentes no escopo de uma gestão integrada de QVT.
Quanto ao problema proposto como diretriz da pesquisa, foi possível constatar que a qualidade de vida está diretamente correlacionada com a satisfação e o desempenho das empresas.
Avaliando a revisão de literatura, a partir da escola biopsicossocial, já é possível concluir que dentre os fatores críticos que determinam uma boa qualidade de vida para o trabalhador estão todas as potencialidades biológicas, psicológicas e sociais que se manifestam de acordo com as condições de vida (no trabalho) e que vão determinar um grau subjetivo de satisfação. Portanto, essas condições como um fator externo preponderante, quanto melhores e mais estimulantes, maior o grau de satisfação. Considerando que a QVT é mais abrangente que o grau de satisfação, é fundamental salientar que um bom nível da satisfação no trabalho é um dos indicadores de uma boa qualidade de vida no trabalho.
Quanto ao modelo BPSO-96, é dedutível que possibilitou uma análise mais detalhada de ações e programas de QVT implementados nas empresas.
A proposta deste modelo é integrar todas as variáveis interdependentes que podem ser conceituadas como todo o potencial de elementos ou valores característicos do conceito QVT, e que tem por base a expectativa de produzir algum impacto significativo. Na visão biopsicossocial, adaptada da medicina psicossomática e acrescida da dimensão organizacional, criam-se potencialidades de pesquisar propostas de QVT sob uma dimensão muito mais ampla, não limitando o conceito de qualidade de vida no trabalho a ações isoladas em saúde e segurança no trabalho. Com isso espera-se obter um avanço para o desenvolvimento de um novo modelo de gestão em QVT.
Como avaliação inicial do estudo de caso, é importante destacar que as necessidades da implementação de programas em QVT surgem tanto por parte da empresa, em uma visão mais estratégica, como por parte dos funcionários, como defendida por França, (1996, p.145):
os indicadores de qualidade de vida no trabalho, não devem ser impostos pela organização, mas devem surgir das necessidades dos trabalhadores, sendo, portanto um consenso das individualidades e podem ser diferentes de empresa para empresa, dependendo das necessidades de seus funcionários naquele momento.
Tendo como critério os indicadores empresariais, os fatores que normalmente norteiam os investimentos em programas de QVT surgem à partir da constatação das seguintes necessidades: aumento da produtividade; garantia de competitividade; modernização da gestão de pessoas; melhoria da imagem institucional em face da exigência da responsabilidade social, cobrada dos clientes e da comunidade.
A de se pensar em uma mudança de paradigma quanto à real necessidade dos trabalhadores e considerar o apelo à saúde física, mental e social como diretriz para os investimentos, criando um elo de satisfação tanto dos trabalhadores quanto para resultados das empresas.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Começo meu blog com uma matéria extraída do jornal "O Globo", com meu mestre Jairo Mancila. Essa pessoa incrível que tem a capacidade de contagiar os outros com suas idéias de superação, conquistas e crescimento mental e espiritual. Vou postar como uma forma de homenageá-lo e como gratidão aos seus ensinamentos.

 SOBRE HIPNOSE COM O DR. JAIRO MANCILA

Saiba mais sobre hipnose


Publicada em 10/08/2006 às 14h57m

Mayumi Aibe - O Globo Online

RIO - O psiquiatra e cardiologista Jairo Mancilha, de 60 anos, interessou-se pela hipnose em 1991, quando fez um curso sobre este tipo de terapia na Sociedade Brasileira de Hipnose. Especializado também em cardiologia, ele conta que, desde então, abriu sua mente para novas possibilidades além da medicina clássica.
- A cardiologia envolve muita rotina. Sempre gostei de trabalhar com cérebro e mente e comecei a usar a hipnose - diz.
Para Jairo, os resultados são excelentes principalmente quando o tratamento está associado a outros. E, melhor, não há contra-indicação.

GLOBO ONLINE: A hipnose é recomendada para que tipos de casos?

JAIRO MANCILHA: A hipnose é útil para tratar uma fobia, que é um padrão aprendido na infância com uma experiência traumática. Toda vez que há um estímulo, a pessoa responde da mesma maneira. A hipnose também é muito boa para a analgesia e mudanças de hábitos, como o caso de uma criança que faz xixi na cama ou de uma pessoa que rói unha. Pode ser usada ainda para preparar alguém para dar uma palestra ou fazer uma cirurgia. Se eu fosse da equipe do Parreira, colocaria todos os jogadores em transe quinze minutos antes da partida, para o time entrar em campo com um estado adequado. Provavelmente o Brasil teria ganhado a Copa. Pela sugestão, você pode ajudar a pessoa a entrar num estado de entusiasmo. Hipnose no esporte é uma grande aplicação. Em transe, o atleta pode visualizar e viver aquilo que ele quer.

Quais são os benefícios da técnica para o paciente?

É uma terapia focal breve, em que a pessoa resolve as coisas de forma mais rápida. Em outras terapias, o paciente pode levar anos para tratar uma fobia. Com a hipnose, em três ou quatro sessões ele pode se curar. A hipnose também complementa tratamentos médicos para depressão, síndrome do pânico, ansiedade, fobia e insônia. A hipnose funciona inclusive para problemas físicos, porque o pensamento pode alterar a bioquímica do corpo, por meio da sugestão, das palavras. Corpo e mente são um sistema. No caso de úlcera e doenças psicossomáticas ou auto-imunes, a hipnose é uma boa ajuda.

Como a pessoa entra em transe?

A base da hipnose é focalizar a atenção e relaxar a pessoa para ela ficar mais sensível a sugestões. A hipnose clássica usa muito a técnica de olhar um ponto e cansar o olhar. É possível também focalizar a atenção no corpo. Hipnose é imaginação acreditada.

Mas, para funcionar, é importante que a pessoa acredite?

Se a pessoa acreditar, ela funciona melhor. Porque hipnose trabalha com sugestão. Seguir uma sugestão significa que a pessoa é sensível, só isso. Por isso, crianças e adolescentes são hipnotizados facilmente, pois eles têm muita imaginação e mais sensibilidade. Uma pessoa difícil de hipnotizar é aquela racional. Pode observar que, em hipnose de palco, geralmente adolescentes ou crianças são escolhidos.

A hipnose pode ter efeito colateral? A pessoa corre algum risco durante o transe, seja físico ou psicológico?

Não vejo riscos na hipnose. Já tratei milhares de pessoas e nunca tive problemas. Nem saberia dizer que risco seria esse, se o transe é um estado natural do ser humano.

O que é a auto-hipnose?

É quando a pessoa entra no estado em transe sozinha. Eu mesmo faço isso. Escolho uma meta para a minha mente trabalhar, determino um tempo para ficar em transe, que pode ser de dez minutos, e uso uma técnica de fixação de atenção e relaxamento. Ensino todos os meus clientes a fazerem auto-hipnose. Passo uma tarefa para se fazer em casa, dez minutos por dia.

Qual é a diferença de auto-hipnose e meditação?

O estado neurofisiológico é muito parecido. A diferença é que a meditação é mais ativa. A pessoa que está meditando está presente. Ela pára de pensar, mas está presente, com toda a atenção em si. Na auto-hipnose, eu focalizo a atenção, relaxo e deixo a minha mente mais solta, a vaguear. Ou então me visualiso conseguindo minha meta. Tanto na meditação quanto na auto-hipnose, o benefício para a saúde é o mesmo.

Isso não seria uma mentalização?

Sim. Na auto-hipnose eu faço às vezes uma mentalização, uma visualização.

A ioga, por exemplo, tem exercícios de mentalização, de ser imaginar num lugar agradável...

Isso é uma auto-hipnose, só que tem outro nome. Minha mulher não gosta de tomar anestesia. Ela entra em auto-hipnose e o dentista obtura o dente dela sem que ela sinta nada, porque está em estado de transe. Ela diz que vai para uma praia que gosta muito e fica debaixo do sol, na sua imaginação. Minha mulher treinou fazer isso.